sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Admirável Mestre


O que mais admiramos nas pessoas? O que as torna especiais? Será que os bons fazem mais sucesso que os maus? O que seria personalidade forte? Existe personalidade fraca? Vivemos nestes devaneios, entre palavras que definem nossas posições, nossas escolhas entre o sim, o não e o talvez. São estas escolhas que nos montam para nos apresentarmos ao mundo.
Sou apaixonado por Deus, primeiro pela inteligência e magnitude do que considero sua maior criação – o ser humano. E, é este ser humano que desde pequenino começa a definir seus gostos e desgostos. Na falácia de hoje quero discutir o gosto de ser professor e o desgosto de ter que enfrentar tantos olhares e suas diferentes concepções de como deve se portar um professor.
Aprendi quando pequeno que professor tem que ter cara, cabelo, olhar, gestos e falas padronizadas, do tipo: “Bom dia Pessoal” “Querido João, não coloque os pés na cadeira. Você não recebeu educação em casa?”, “Maria, vou falar pela última vez, se você não quer prestar atenção na aula pode sair, a porta é logo ali”. Neste contexto a postura do professor está definida – ele é o condutor, aquele que classifica suas atitudes dentro do padrão requerido pela sociedade. Mas, esta é a razão pela qual buscamos a escola? Para sermos inseridos no contexto social, ou para aprendermos a lidar com ele?
Madalena Freire argumenta que o “Educador ensina a pensar. Mas somente pensar não basta. Educador ensina a prensar e agir, segundo o que se pensa enquanto se faz!”. Nesta afirmação entendo que o papel do professor em sala de aula precisa esta definido, não seu estereótipo, as roupas que usa ou as amizades que ele adota.
Sempre observo o encantamento dos estudantes de primeiro semestre do nível superior, ao entrar da universidade eles percebem que não existe um padrão pré-estabelecido de professor, cada um tem uma metodologia, uma forma de agir, de se vestir, alguns com cabelos grandes, outros muitos anéis nos dedos, e todos com o mesmo objetivo – A educação e a transformação do homem.
Quando penso nas polêmicas já discutidas sobre o estereótipo do professor em sala de aula, lembro-me de um tempo que não é mais nosso. Professor não tem que ter cabelo arrumado, vestido longo e ser cristão. Professor tem que ser ético, ter compromisso, consciência, posicionamento crítico, convicção de seus valores e estar aberto a mudanças.
Concordo com Rubens Alves no momento em que ele faz um comparativo com a escola que é gaiola e a escola que é asas. “Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre tem um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o vôo”. “Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em vôo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos pássaros. O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado”.
Como educador não quero formar estudantes quadrados e cegos, é preciso pensar na educação transformadora onde o sujeito é autônomo de seus pensamentos. O admirável mestre deve estar envolvido por um sentimento maior que é o amor pelo educando, é o desejo de vê-lo feliz, além é claro, do compromisso educacional que é a peça chave para realização das conquistas.



Thiago Oliveira
Jornalista formado pela UNEF
jornalismothiago@hotmail.com

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